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f l æ s h

 

Performance

 

2010, jul.

Galeria Vermelho, São Paulo, Brasil

Festival Verbo

 

Link para Dissertação de Mestrado

 

‘It's not true I had nothing on. I had the radio on.’

Marilyn Monroe (revista TIME) em resposta sobre o que havia usado durante a sessão de fotos para o infame calendário de nus.

f l æ s h é uma performance concebida para o espaço performático do cubo branco e toma partido da sugestão democrática inerente à instituição galeria de arte – onde performer e espectador partilham o mesmo espaço físico – em detrimento da hierarquia típica ao espaço teatral.

 

f l æ s h tem como argumento a apropriação da obra de arte e propõe um questionamento da institucionalização do corpo do artista como sujeito e objeto por espaços de exposição originalmente destinados às artes plásticas.

 

f l æ s h designa um novo papel narrativo a uma imagem amplamente difundida – a foto de calendário de Marilyn Monroe –  e ao mesmo tempo distorce as fronteiras entre mídias para escrever uma estória paralela de como uma imagem é gerada, repetida e incorporada através de diferentes meios – o corpo fisicamente presente e a projeção de vídeo.

 

f l æ s h é a jornada de transposição da presença performática – aquela que subentende a partilha de um mesmo espaço físico pelo artista e o público – para o meio de representação de imagem de uma projeção de vídeo. Daí o título – f l æ s h – que implica tanto a idéia de ‘flesh’ (carne) quanto a de ‘flash’.

 

f l æ s h questiona:

o que legitima a performance como obra de arte além da presença do corpo físico do artista;

de que maneiras se dá a transmissão dessa “presença” ao espectador e como se definem as expectativas decorrentes dela;

o que resta dessa presença quando o corpo do artista deixa de estar presente fisicamente e passa a ser representado por um outro meio como uma projeção;

o que é realmente adicionado à comunicação entre o espectador e o artista quando este decide fazer de si mesmo, através de seu corpo, a própria obra de arte;

que novas formas tem o espectador de apoderar-se da obra de arte que implica o corpo do artista como objeto;

 

f l æ s h, através de processos de construção e desconstrução, estabelece uma presença livre tanto de situações extremas – que tendem a perda de controle e maneirismos subconscientes –, como de reduções minimalistas – outra característica de extremismo. Opta-se, assim, por uma presença fundada em um equilíbrio sensual – sensório – que lança o artista e o público num plano de intersubjetividade partilhado onde o sujeito performer tem a possibilidade de se tornar o objeto de desejo do espectador.

 

f l æ s h prioriza a poesia de múltiplas camadas que se desenrolam no aqui e agora do ato performático ao invés de focar sobre a destreza artística por detrás da criação ou uma tendência de autoria egotística.

 

f l æ s h propõe-se a expor essas questões sob um mesmo patamar, uma mesma escala, onde o artista se posicione no mesmo nível do espectador. A transmissão de rádio, durante a performance em si, é um dos artifícios dessa proposta.

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