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Em f l æ s h e s, no Espaço Pedagógico do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, expus as práticas artísticas de meus estudos de mestrado em Artes Visuais, na Escola de Comunicação e Artes da USP.

 

Abaixo, imagens da exposição e o texto do programa/mapa:

f l æ s h e s  é a exposição das práticas performativas que, diretamente, fazem parte da pesquisa de mestrado de Gabriel Brito Nunes sob orientação de Ana Maria Tavares, na linha de Poéticas Visuais do departamento de Artes Visuais, na ECA/USP. As três partes que compõem essa mostra não representam um simples resultado equacional de uma pesquisa acadêmica. Tampouco representam elas o material primordial sobre o qual se desenvolve uma escrita analítica e descritiva. Embora possuam vida própria enquanto obras artísticas, elas são, junto com a prática da escrita, a pesquisa em si. Em outras palavras, as práticas artística e de escrita surgiram e se desenvolveram concomitantemente num processo de contínuo feedback. O que se vê e se experiencia aqui em carne (flesh) e osso, enfim, mais carne do que osso, são lampejos (flashes) desse processo.

 

f l æ s h e s, como uma performance, ilumina o objeto de estudo que se forma e se define enquanto é executado e revela a centralidade do corpo na pesquisa de Gabriel Brito Nunes. Um corpo em formação, literalmente exposto, para além da questão da autenticidade do corpo do performer, num lócus entre o privado particularizado do artista e o público aqui institucionalizado do MAC USP.

 

Cada uma das três partes integrantes dessa exposição provém de uma performance que lhe é respectiva. Mas elas também pertencem – só agora é possível afirmar – a um mesmo ciclo, uma espécie de trilogia. E cada uma dessas performances aconteceu/acontecerá uma única vez num determinado contexto. Elas jogam, portanto, no campo do momento sublime. Mesmo assim, o registro da performance e sua subsequente visibilidade pelo espectador são tidos, aqui, como um ato performático em si na medida em que deixam espaço para um constante reajuste da relação entre o ato e a ideia que possibilitou cada uma dessas performances.  

 

  • f l æ s h – performance apresentada na Galeria Vermelho em julho de 2010 como parte do Festival Verbo de Performance Arte – encontra-se aqui representada pelo próprio olhar do espectador então presente na sala da galeria naquele dia. Esse registro fotográfico é a foto ganhadora do Concurso f l æ s h privé, proposto ao público, de antemão, no convite para a performance f l æ s h e nas entradas da sala da galeria. Para maiores detalhes sobre o processo e o vídeo-registro da performance f l æ s h, favor acessar o site do artista: gabrielbritonunes.com

 

  • Após votação pelo blog de Gabriel Brito Nunes, o espectador e autor do melhor flash de f l æ s h foi então presenteado com uma performance na casa do artista que veio a ser intitulada f l æ s h privé. Nessa ocasião, a sala de visitas do artista/performer se econtrava dividida em duas por uma cortina vermelha que, durante toda a performance, impediu qualquer contato visual direto entre o espectador e o performer. Presenteado com um jantar completo, o único espectador de f l æ s h privé assitiu à ação performática, que o performer desenvolveu durante sua refeição, através do visor LCD de uma câmera de vídeo. Além da câmera que registrou em tempo real a ação do lado da sala do performer, uma segunda câmera de vídeo captou o que se passou do lado da sala do espectador. Os dois registros de vídeo estão aqui postos face a face numa vídeo-instalação que toma emprestado o mesmo título dessa performance: f l æ s h privé.

 

  • f l æ s h em instância é o título da proposta de uma ação performática que ocorrerá uma única vez no dia 10 de março cujo registro de vídeo ficará exposto durante o restante do período dessa exposição. f l æ s h em instância lida primordialmente com questões suscitadas pela nova direção do valor da imagem: a de uma dinâmica em que o signo deixa de apontar para um referente fora de si mesmo para passar a existir como data digital ou até mesmo como um novo valor de consumo, fazendo da própria imagem – e do eu que tanto dela depende/dependeu – incessantemente mutável. f l æ s h em instância procura abrir frestas nos processos de mutação dessa nova imagem ao levar em consideração e buscando ir além do conceito de corpo como lócus onde se articulam os poderes público e privado. Mas, uma fresta, ao permitir concentrar-se no que se vê através dela, tende a alienar tudo o que está a seu redor. Assim, f l æ s h em instância procurará possibilitar o transbordar do corpo enquanto carne (flesh) para além das bordas da fresta, já que é através desse corpo que a imagem é restituída de seu corpóreo.

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